As autoridades iranianas intensificaram as medidas repressivas desde o início dos ataques de Israel ao país, informou nesta quinta-feira (19) a organização Iran Human Rights (IHRNGO), com sede em Oslo, na Noruega. Segundo a ONG, 223 pessoas foram presas sob acusação de “colaborar” com Israel, conforme divulgado pela imprensa estatal iraniana. O acesso à internet foi “severamente” restringido, e dois presos políticos, Ali Younesi e Hamid Kashani, foram transferidos da prisão de Evin para local desconhecido, sem aviso prévio.
As prisões em massa ocorreram em diversas províncias e têm afetado especialmente cidadãos afegãos residentes no Irã, de acordo com a IHRNGO. A ONG destaca ainda que tanto o Parlamento iraniano quanto as instituições judiciais exigiram punições mais rápidas e sentenças mais duras nos casos relacionados a Israel.
A entidade manifestou “grave preocupação” com a falta de transparência nos processos judiciais, que podem resultar em penas de morte, e alertou para o risco de intensificação da repressão e de execuções nos próximos dias.
“Em um momento em que a atenção do mundo está voltada para o conflito militar entre Israel e Irã, a comunidade internacional e as pessoas, especialmente os iranianos no exterior, não devem permitir outro desastre de direitos humanos nas prisões sob a sombra da guerra”, disse em nota o diretor da ONG, Mahmood Amiry-Moghaddam.
Israel realiza neste momento uma ofensiva militar contra o Irã, visando impedir avanços no programa nuclear iraniano. Durante a operação, os israelenses já destruíram parte significativa da infraestrutura militar e nuclear do país. Nesta semana, o governo de Israel divulgou mensagens incentivando a população civil a se rebelar contra o regime dos aiatolás.
