Chanceler afirma que Irã não negociará programa nuclear com EUA

by Marcelo Moreira

O governo do Irã anunciou nesta sexta-feira que rejeitou um pedido dos Estados Unidos para continuar as negociações sobre o programa nuclear iraniano, que estão em andamento desde abril, após uma semana de bombardeios israelenses contra seu território. “Os americanos pediram negociações, e nossa resposta é não”, declarou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, à televisão iraniana.

Os Estados Unidos e o Irã planejavam realizar uma nova rodada de negociações esta semana com Omã como mediador, mas, após o início dos bombardeios israelenses em 13 de junho, o ministro das Relações Exteriores omanense, Badr al Busaydi, confirmou o cancelamento da reunião.

O Irã e os Estados Unidos haviam iniciado negociações para tentar encontrar uma solução mutuamente satisfatória para o programa nuclear iraniano em 12 de abril. Desde então, foram realizadas cinco rodadas de negociações indiretas, promovidas por Omã e realizadas entre Mascate e Roma, em meio a divergências significativas sobre o enriquecimento de urânio por parte do Irã, que Washington deseja interromper. As negociações ocorreram paralelamente aos contatos do Irã com o chamado E3 (Alemanha, França e Reino Unido), um formato dentro do qual será realizada hoje uma nova rodada em Genebra, em uma reunião da qual também participará a União Europeia (UE).

Essas negociações haviam sido congeladas após a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) ter aprovado, em 12 de junho uma resolução apresentada pelo E3 e pelos EUA, e apoiada por 19 países, considerando a falta de cooperação do Irã “uma violação de suas obrigações” com a agência, o que implica a possibilidade de ser denunciado ao Conselho de Segurança da ONU. O texto insta o Irã a tomar todas as medidas que a agência considerar necessárias para que possa fornecer as garantias necessárias quanto à exatidão e integralidade das declarações iranianas. O governo iraniano reagiu duramente contra o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, acusando-o de colocar a agência a serviço de países fora do Tratado de Não Proliferação Nuclear.

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