Você já ouviu alguém dizer que “não quer fazer tomografia porque tem muita radiação”? Ou já ficou em dúvida se deveria mesmo fazer aquele raio-x solicitado pelo médico? É natural que o termo “radiação” desperte receio. Afinal, associamos essa palavra a perigos invisíveis e muitas vezes desconhecidos. Mas será que os exames de imagem realmente representam um risco? Ou será que estamos falando de uma tecnologia segura, usada com responsabilidade para cuidar da nossa saúde?
A verdade é que, quando bem indicados, exames que utilizam radiação são aliados poderosos da medicina moderna. Raio-X, tomografia computadorizada, cintilografia e até alguns exames de cardiologia usam radiação para obter imagens internas do corpo, o que permite diagnosticar doenças com mais rapidez e precisão.
Equilíbrio entre benefício e segurança
Como tudo na vida, é preciso equilíbrio. A exposição à radiação em excesso e de forma desnecessária deve ser evitada. Por isso, antes de solicitar um exame, o médico avalia os riscos e benefícios. Em um procedimento bem indicado, o benefício supera de longe qualquer risco potencial. Uma tomografia de tórax, por exemplo, pode identificar precocemente uma pneumonia, embolia pulmonar ou até mesmo um tumor em estágio inicial — situações em que o diagnóstico precoce salva vidas.
É importante lembrar que o corpo humano já está naturalmente exposto à radiação todos os dias. Fontes comuns são o sol, os alimentos, aparelhos eletrônicos e até a própria terra. Isso não deve causar alarme, pois o organismo possui mecanismos celulares eficientes para lidar com essa exposição diária.
Avanços que reduzem a exposição
Os exames médicos não são diferentes. Técnicas modernas em equipamentos de raio-x e tomografia conseguem adicionar apenas uma pequena dose de radiação à exposição natural, com máxima eficiência diagnóstica. Além disso, os aparelhos mais atuais utilizam filtros e protocolos que minimizam a dose, sem comprometer a qualidade da imagem.
Recursos como colares de chumbo, escudos de proteção e ajustes de dose conforme o tamanho e a idade do paciente — especialmente em crianças — são práticas adotadas para garantir segurança adicional.
O papel do paciente na prevenção
Levar exames anteriores à consulta, manter os resultados digitalizados e contar com um acompanhamento médico regular são atitudes importantes. Essas medidas ajudam a evitar investigações repetidas e reduzem a exposição acumulada à radiação.
No fim das contas, a radiação médica é como um medicamento: poderosa quando usada com sabedoria. Em vez de temer, o ideal é compreender seu papel. Saber que ela está ali para ajudar — e confiar que, com os avanços da tecnologia e o cuidado dos profissionais da saúde, estamos cada vez mais protegidos.
Felipe Roth Vargas – CRM 155352 SP | RQE 94668
Médico radiologista