O ministro da Economia da Rússia, Maxim Reshetnikov, reconheceu nesta quinta-feira (19) que o país está à beira de uma recessão, apesar do discurso otimista do ditador Vladimir Putin nos últimos meses. “Os números mostram um arrefecimento, e a percepção atual sugere que já estamos à beira de uma recessão”, afirmou Reshetnikov durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF).
O ministro destacou que o número de empresas em risco aumentou e que a situação dependerá das próximas decisões econômicas, especialmente em relação à política monetária do Banco Central, e da confiança do setor empresarial. Reshetnikov pediu “um pouco de carinho pela economia” à diretora do Banco Central russo, Elvira Nabiulina, que vem mantendo uma política rígida de altas taxas de juros para conter a inflação.
Nabiulina admitiu que muitos recursos que sustentaram o crescimento do atual modelo econômico russo estão esgotados. “Crescemos a um ritmo bastante alto durante dois anos graças à liberdade no uso de recursos, entre eles a força de trabalho, a capacidade de produção e a substituição de importações, bem como os recursos do Fundo Nacional de Bem-Estar e o capital bancário acumulado. Mas muitos desses recursos se esgotaram, por isso devemos pensar em um novo modelo econômico”, declarou.
Já o ministro das Finanças, Anton Siluanov, defendeu a viabilidade do modelo atual, ressaltando que o país cresce “em ritmo notável, mesmo cercado por sanções”, e que o foco deve ser a soberania tecnológica. Siluanov afirmou ainda que, apesar do “esfriamento” da economia, “depois do esfriamento vem o verão”.
A economia russa enfrenta atualmente um quadro de estagnação devido à falta de investimentos internos, reflexo das altas taxas de juros, que caíram de 21% para 20% neste mês, mas ainda impactam negativamente a concessão de créditos e provocaram a falência de diversas empresas.
