Durante depoimento prestado nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez uma série de negativas sobre sua participação em supostos planos golpistas. Questionado por seus advogados de defesa, ele afirmou não ter indicado o ex-ajudante de ordens Mauro Cid para o cargo, nem ter conhecimento sobre qualquer plano para matar autoridades. Bolsonaro também negou ter escrito ou alterado, pessoalmente, qualquer minuta golpista em seu computador.
O ex-presidente disse desconhecer se o general Augusto Heleno esteve presente em uma formatura de seu neto, e relatou uma visita do então ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, ao Palácio da Alvorada. Segundo Bolsonaro, Múcio pediu sua ajuda para facilitar a transição de governo junto ao Ministério da Defesa. Ele afirmou ter feito o contato, e que, posteriormente, o próprio ministro declarou que o processo de transição foi facilitado após essa reunião.
Ao longo do depoimento, Bolsonaro afirmou que tinha conhecimento da antecipação da cerimônia de transmissão de comando das Forças Armadas e que não pretendia mudar os comandantes militares, embora disse que, se quisesse, isso seria “simples”. Ele ainda destacou ter processado o hacker Walter Delgatti por calúnia e negou qualquer relação com os atos do dia 8 de janeiro de 2023. Ao se referir aos apoiadores que pedem por medidas autoritárias, como uma intervenção militar, declarou: “existem malucos pedindo AI-5, mas não tem nada meu estimulando essa baderna”.