Bonecas russas com os rostos do presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
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Donald Trump e Vladimir Putin se reúnem nesta sexta-feira (15/8) no Alasca para discutir formas de encerrar a guerra na Ucrânia.
O encontro é mais um capítulo das tentativas de negociação organizadas pelo presidente dos Estados Unidos — quando ainda era candidato à Casa Branca, ele prometeu que daria um ponto final ao conflito em 24 horas após assumir o cargo.
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Não foi possível cumprir a promessa, e Trump agora pressiona Putin por uma solução.
A reunião no Alasca foi marcada pelo republicano com uma semana de antecedência — no mesmo dia em que expirava o prazo dado por ele para a Rússia concordar com um cessar-fogo na Ucrânia ou enfrentar mais sanções dos EUA.
No mês passado, Trump disse à BBC que estava “decepcionado” com Putin. O presidente dos EUA foi perguntado se confiava no líder russo. “Não confio em quase ninguém”, respondeu.
Nesta quinta-feira (14/08), na véspera do encontro, Trump disse que se não fosse presidente “Putin tomaria toda a Ucrânia”. “Mas sou presidente e ele não vai brincar comigo”.
Trump afirmou que saberá nos primeiros minutos se ele e Putin terão um “bom encontro” e que o encerrará rapidamente em caso negativo.
O presidente americano disse que o objetivo do encontro é “estabelecer a base” para outro encontro entre o líder russo e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenksy.
Em entrevista à rádio Fox News, Trump disse que “há 25% de chances” de o encontro fracassar.
Nesse jogo entre duas das principais lideranças globais atuais, um deles está no topo da maior economia do mundo e governa um país que por muitas décadas se propagou como um modelo de democracia liberal e valores ocidentais.
O outro está no poder há mais de 25 anos, critica com frequência o “liberalismo do Ocidente” e comanda uma nação cujo passado foi marcado por um regime comunista.
Ainda assim, vários analistas apontam que Donald Trump e Vladimir Putin são muito mais parecidos do se poderia imaginar.
‘Bromance’
No início de 2025, o mundo assistiu com surpresa à aproximação entre Estados Unidos e Rússia.
Em fevereiro, Washington apoiou Moscou na Organização das Nações Unidas (ONU) e se opôs a uma resolução proposta pela Europa condenando a ofensiva russa na Ucrânia.
Pouco depois, Trump e Putin tiveram algumas conversas telefônicas para negociar um acordo de paz na Ucrânia. Nelas, chegaram até a discutir uma colaboração entre Rússia e Estados Unidos em projetos de mineração.
Mas a relação deles tem oscilado entre afagos ou pressões conforme as tensões geopolíticas globais.
Em março, Trump disse que suas conversas com o presidente russo foram muito produtivas.
Pouco depois, diante da lentidão em se chegar a um cessar-fogo mais amplo, mudou o tom e afirmou estar muito irritado com Putin.
Mais recentemente, anunciou novas tarifas de importação secundárias para todos os países que ainda fazem negócios com a Rússia — e a Índia foi o primeiro país a ser punido por comprar petróleo russo.
Para muitos, os últimos acontecimentos marcaram um afastamento entre os dois líderes.
“Uma colisão frontal parece inevitável”, declarou recentemente o tabloide Moskovsky Komsomolets.
“A locomotiva de Trump e a de Putin estão acelerando, uma em direção à outra. E nenhuma delas dá mostras de que vá desviar ou retroceder.”
Putin e Trump já trocaram elogios, mas relação é marcada por momentos tensos.
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Mas, no passado, a relação entre Putin e Trump já foi muito diferente. Durante o primeiro mandato do americano como presidente, eles protagonizaram encontros em que pareciam bastante à vontade na presença um do outro.
Esses momentos fizeram com que a imprensa mundial apontasse a existência de um “bromance” — a expressão brinca com as palavras em inglês para “irmão” (brother) e romance (romance), e é usada para descrever relacionamentos de profunda amizade entre dois homens — entre Putin e Trump.
E, ao longo dos anos, esse laço ficou claro também pelos elogios trocados entre os dois.
Em 2016, quando ainda era candidato à Presidência, Trump disse acreditar que Putin era um líder mais capacitado que o então presidente Barack Obama.
“Se ele diz coisas boas sobre mim, eu vou dizer coisas boas sobre ele. Eu já disse que ele é realmente um líder. O homem tem um controle muito forte sobre um país.”, disse em entrevista à NBC News.
Trump também afirmou que os dois tinham uma certa simpatia um pelo outro. Em outros momentos, disse não ter um relacionamento de qualquer tipo com o presidente russo, mas repetiu diversas vezes ter sido elogiado por Putin como “brilhante” ou “um gênio”.
Já Putin exaltou Trump depois que o americano foi alvo de uma tentativa de assassinato durante a campanha de 2024.
“Tenho que dizer que o comportamento dele no momento da tentativa de assassinato me impressionou. Ele se revelou um homem corajoso”, disse.
Política dos ‘homens-fortes’
A referência de Trump ao “controle forte” de Putin sobre o país ou os comentários do russo sobre a coragem do americano não são coincidências, dizem especialistas consultados pela BBC News Brasil.
Segundo Nina Tumarkin, pesquisadora e diretora do Programa de Estudos Regionais Russos da Wellesley College, nos Estados Unidos, os dois líderes seguem um modelo de liderança sustentado na imagem de “homens fortes”.
Trump, por exemplo, tornou a canção Macho Man, da banda Village People, um hino de sua campanha eleitoral em 2024. Enquanto a música tocava, o então candidato republicano dançava flexionando os bíceps.
E fotografias de Putin andando a cavalo sem camisa ou com armas na mão foram usadas em diversos momentos como propaganda do Kremlin.
“A ideia de macho man é muito importante para os dois, ainda que pareça um pouco estranho agora que eles têm mais de 70 anos”, diz.
“Para Putin, esse apelo é visto como fundamental para garantir seu apoio entre a população. E parece fazer efeito até mesmo entre as mulheres — em 2012, uma pesquisa indicou que uma em cada cinco mulheres russas gostaria de se casar com ele.”
Já no caso de Trump, Tumarkin afirma que essa imagem é usada principalmente para atingir os homens conservadores de classe trabalhadora que “se sentem subestimados e impotentes”.
“A ideia é que Trump seria capaz de resgatar o poder que esses homens acreditam ter perdido nas últimas décadas com o avanço da igualdade de gênero”, avalia.
Imagens de Putin em momentos de ‘macho man’ são muito exploradas pelo Kremlin.
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Mas segundo a russa Vera Tolz-Zilitinkevic, pesquisadora na Universidade de Manchester, esse elemento vai muito além dos traços da personalidade das duas lideranças.
Trump e Putin seguem também a política dos homens fortes, usando muitas vezes de táticas agressivas de negociação e dispensando o decoro para concretizar suas ambições.
“Ambos percebem a política, e particularmente a política internacional, como um campo em que os grandes têm mais poder sobre os demais e podem ditar todos os arranjos”, diz.
“Eles têm uma visão similar e muito específica sobre seus Estados serem tão poderosos que não deve ser restringidos por instituições internacionais ou arranjos políticos domésticos.”
Tolz-Zilitinkevic vê ainda uma relação entre a “mão forte para governar” e tendências autoritárias.
“Putin lidera uma ditadura ou regime autoritário muito focado em sua persona. E, para mim, Trump ambiciona algo semelhante: um tipo de liderança muito personalizada que não seja restringida por freios e contrapesos e arranjos constitucionais.”
Essa ideia de que ambos demonstram tendências autoritárias é compartilhada por outros analistas ouvidos pela reportagem — embora ambos neguem com veemência.
Na Rússia, Putin se consolidou como uma espécie de czar moderno nos seus 25 anos no poder. Ele é acusado de suprimir a oposição interna, perseguir a imprensa livre e de estar por trás do assassinato de adversários políticos, algo que ele nega.
Já Trump é alvo de quatro processos criminais, incluindo por conspirar para tentar reverter sua derrota para Joe Biden em 2020 e incitar o motim que levou à invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Ele nega.
“Putin ordena a prisão de jornalistas e de qualquer um que classifique o que está acontecendo na Ucrânia como ‘invasão’ ao invés de ‘operação militar especial’ ou façam a menor demonstração de crítica”, diz Nina Tumarkin.
“Há uma grande diferença em relação a Trump, que não esconde que odeia a imprensa, mas nunca mandou prender ninguém.”
“Mas acho que Trump tem inveja autocrata. Ele não é como Putin nesse sentido, mas quer ser.”
Conservadorismo em comum
Outro ponto comum entre Putin e Trump apontado por analistas é a forma como eles pregam valores conservadores, associados a família e gênero. Ambos são ainda acusados de homofobia e transfobia.
Desde que chegou à Casa Branca, Trump acabou com as políticas de diversidade e inclusão no governo, removeu referências à saúde LGBT de sites oficiais e assinou um decreto que reconhece que masculino e feminino são os únicos dois sexos e que eles não podem ser alterados.
Com isso, mulheres trans presas no país foram transferidas para presídios masculinos e a emissão de passaportes com o gênero “X” para “pessoas intersexuais não binárias” foi suspensa.
Putin, por sua vez, aprovou leis para banir o que foi chamado de “propaganda de relações sexuais não tradicionais” e classificou o movimento LGBT como extremista.
O presidente russo também já chegou a classificar os direitos LGBT como “puro satanismo”.
Livro sobre o romance entre dois homens censurado na Rússia.
BBC
Nos Estados Unidos, alguns apoiadores de Trump vem ainda Putin como um aliado na guerra contra o que chamam de agenda woke.
O rótulo é usado por Trump contra movimentos de caráter progressista, que defendem principalmente as pautas identitárias e de diversidade, para apontar supostos excessos e indicar que seria discriminatório implementar suas ideias em políticas de governo.
O pesquisador Benjamin Teitelbaum, da Universidade do Colorado, passou anos estudando como tanto Trump quanto Putin foram influenciados em algum momento de sua trajetória política por conselheiros que seguiam o Tradicionalismo, um tipo de conservadorismo clássico que rejeita a “modernidade”.
No caso americano, Steve Bannon era visto como um dos mais poderosos auxiliares nos bastidores da Casa Branca no início do mandato presidencial de Trump em 2017.
Os dois se afastaram após desentendimentos, mas Bannon segue apoiando as políticas do atual presidente e fazendo campanha a seu favor.
Teitelbaum aponta Alexandr Dugin como um nome importante por trás da base ideológica de Vladimir Putin.
Dugin chegou a fundar um partido, mas sua influência se deu como pensador, à frente de um centro de estudos geopolíticos e como professor da Universidade Estatal de Moscou, planejando cursos para instituições militares russas e frequentemente aparecendo nos principais canais de televisão russos.
E embora não existam indícios de que os dois líderes tenham estudado a fundo a doutrina do Tradicionalismo pregada por Bannon e Dugin (ou sigam seus preceitos à risca em seus governos), o pesquisador americano afirma que a valorização de ideias conservadoras é certamente um elo que une Trump e Putin.
“Eles se ligam pelo tradicionalismo com ‘t’ minúsculo, que são as ideias defendidas por aqueles que querem que o mundo seja como era antes e são atraídos pelo patriarcado, pela religião e talvez até pelo controle estatal”, avalia.
O especialista afirma, porém, que a defesa de ideias mais conservadores e anti-liberais é recente na carreira de Putin.
“Putin passou parte de sua vida política defendendo a ideia de que a Rússia precisava caminhar em direção ao liberalismo, se afastar de suas tradições e se aproximar do Ocidente”, relata. “Mas aos poucos ele foi mudando seu discurso e passou a apoiar ideias sobre a identidade russa verdadeira, o nacionalismo e o conservadorismo.”
E apesar da comparação em torno das visões de Trump e Putin sobre a pauta de costumes, o líder russo muitas vezes atribui ao Ocidente, e aos Estados Unidos, uma influência negativa sobre os valores russos.
“Vejo isso como parte de uma manobra estratégica em relação ao Ocidente e um meio de construir uma aliança com os elementos insurgentes e renegados da política ocidental”, diz Teitelbaum.
Populismo e nacionalismo
Os dois presidentes também são frequentemente enquadrados no grupo dos nacionalistas e populistas.
Putin promove uma visão de grandeza russa, exaltando a soberania, a identidade e o que classifica como a defesa do povo russo contra as elites ocidentais.
Já o nacionalismo de Trump fica explícito em seu lema Make America Great Again (Tornar a América Grande Novamente, em tradução livre).
Ele diz colocar os interesses econômicos, culturais e de segurança do seu país acima de tudo e usa uma linguagem simples, direta e muitas vezes provocativa que ressoa com setores da população que se sentem deixados para trás pela política tradicional, dizem os especialistas.
Vinícius Vieira, professor da FGV, também aponta que os dois líderes evocam uma suposta identidade nacional – seja russa e ortodoxa, no caso de Putin, ou cristã e branca, no caso de Trump.
“Estamos falando de um nacionalismo claramente étnico-religioso”, diz. “A ideia é etnizar, ou seja, tornar a identidade religiosa e étnica como algo indissociável da nação, ter uma identidade dominante sem reconhecer identidades menores”, diz Vieira, que é autor do livro Shaping Nations and Markets: Identity Capital, Trade, and the Populist Rage (Moldando Nações e Mercados: Capital de Identidade, Comércio e a Fúria Populista, em inglês).
Nacionalismo de Trump fica explícito em seu lema Make America Great Again.
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E se Putin frequentemente descreve o Ocidente como uma ameaça, Trump faz o mesmo com imigrantes, o establishment político, a imprensa e países que, segundo ele, ameaçam a soberania dos Estados Unidos.
“Essa abordagem é especialmente conveniente para o Putin porque se não se debate a diversidade russa — que é muito maior do que a americana ou brasileira, e é herdada do império multiétnico que aquele território já foi no passado, — há uma tentativa de centralização ainda mais brutal”, diz Vinícius Vieira.
“E não é à toa que a Ucrânia a se torna uma questão crucial nesse contexto, já que a fundação de Moscou está relacionada primeiramente à fundação de Kiev”, acrescenta.
Ecos do imperialismo
Segundo a pesquisadora Vera Tolz-Zilitinkevic, Putin e Trump também ambicionam ampliar o poder e o domínio de suas nações — seja pela aquisição de territórios ou pelo controle político e econômico.
“Putin está conduzindo uma espécie de política neo-imperial. Ele quer expandir as fronteiras do Estado russo fora dos arranjos do direito internacional”, diz a professora da Universidade de Manchester.
E para a especialista, as ameaças de Trump sobre comprar a Groenlândia, anexar o Canal do Panamá e tornar o Canadá o 51º Estado americano ecoam a abordagem do presidente russo.
Invasão à Ucrânia é vista como maior demonstração do imperialismo de Vladimir Putin.
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Interesses geopolíticos e econômicos
Mas os especialistas consultados pela BBC News Brasil concordam que a aproximação observada entre Trump e Putin no começo de 2025 foi movida também por razões pragmáticas, que vão além de ideologia e personalidade.
Antes mesmo de chegar à Casa Branca, o presidente americano já falava que encerrar a guerra na Ucrânia seria uma de suas prioridades.
Na visão de Trump e aliados, conflitos de grandes proporções que envolvem várias potências são um desperdício de dinheiro público e vão contra os interesses nacionais.
Logo após tomar posse no final de janeiro, o republicano chegou a afirmar que seu enviado especial Keith Kellogg conseguiria acabar com a guerra na Ucrânia em 100 dias.
Na esteira dos interesses econômicos, Estados Unidos assinaram um acordo para exploração mineral em território ucraniano, algo que era aguardado há muito tempo.
De acordo com uma declaração do Departamento do Tesouro dos EUA, o acordo contribuirá para os esforços de reconstrução da Ucrânia no pós-guerra.
Já do ponto de vista da Rússia, especialistas apontam que a proximidade com os Estados Unidos pode ajudar a legitimar o governo em Moscou.
“Acho que seria uma tremenda vitória para Putin se os Estados Unidos ao menos reduzissem as sanções econômicas à Rússia — e não é impossível que isso aconteça.”, diz Vera Tolz-Zilitinkevic. “Esse claramente é um motivo que os une.”
A pesquisadora afirma ainda que Trump pode ter interesse em expandir os laços comerciais americanos com a Rússia. “Ele quer fechar um acordo para explorar os minerais ucranianos — e a Rússia tem ainda mais minerais raros a oferecer”, avalia.
Já o analista russo Alexander Gabuev acredita que Trump pode estar se aproximando de Putin para afastar a Rússia da China e reduzir a esfera de influência de Pequim.
Em entrevista ao serviço russo da BBC, o especialista afirmou que a equipe de Trump na Casa Branca pode estar buscando repetir a lógica da Guerra Fria, quando os Estados Unidos se aproximaram da China e exploraram a divisão sino-soviética para tentar derrotar a então União Soviética.
“Durante a campanha eleitoral, Donald Trump disse diretamente que a aproximação entre a Rússia e a China é contrária aos interesses dos Estados Unidos, e que pretende separá-los”, afirmou.
“Até onde sabemos, sua equipe, incluindo o conselheiro de segurança nacional (Michael) Waltz e o secretário de Estado (Marco) Rubio, acredita que as políticas de Nixon e Kissinger, que se aproximaram da China, e exploraram a divisão sino-soviética, ajudaram a vencer a Guerra Fria.”
“E que, neste triângulo EUA-China-Rússia (antiga URSS) de grandes potências, vence o lado que tiver melhores relações com os demais do que os outros têm entre si.”
Reunião conseguirá reverter hostilidades?
Mas segundo Steve Rosenberg, editor de Rússia da BBC News, Putin não mostra atualmente nenhum desejo de pôr fim às hostilidades e declarar um cessar-fogo permanente.
E Donald Trump está cada vez mais frustrado com o Kremlin, aumentando a tensão com ameaças e prazos.
Nas últimas semanas, o republicano condenou os incessantes ataques da Rússia a cidades ucranianas, que chamou de “revoltantes” e “deploráveis”. E acusou o presidente Putin de falar “muitas bobagens” sobre a Ucrânia.
As ordens dadas pelo republicano para que dois submarinos nucleares se aproximassem da Rússia, após publicações do ex-presidente russo Dmitri Medvedev nas redes sociais, também tornaram o cenário mais imprevisível.
Por tudo isso, diz Rosenberg, há baixas expectativas de que Putin irá ceder às pressões de Washington e que haja um acordo nesta sexta.
Mas até que ponto Putin realmente se sente pressionado?
“Como Donald Trump alterou tantos prazos e retrocedeu, de uma forma ou de outra, não acho que Putin o leve a sério”, afirmou a professora de Assuntos Internacionais Nina Khrushcheva, da Nova Escola, uma universidade de Nova York, nos Estados Unidos, a Rosenberg.
Para ela, “Putin irá lutar pelo tempo que puder, a menos que a Ucrânia diga ‘estamos cansados e dispostos a aceitar suas condições’.”
“Acho que Putin se senta no Kremlin achando que está realizando os sonhos dos czares russos e de secretários-gerais [soviéticos], como Joseph Stalin [1878-1953], mostrando ao Ocidente que a Rússia não deve ser tratada com desrespeito”, conclui a professora.
*Esta matéria foi publicada originalmente em maio de 2025 e atualizada.
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O que une Trump e Putin, que se reúnem no Alasca?
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