O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou na manhã deste domingo (22) que sete bombardeiros B-2 e 14 bombas GBU-57 antibunker, cada uma com 13 toneladas, foram responsáveis pelo ataque que atingiu as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan no Irã.
“Ainda estamos analisando todos os danos causados, mas esse foi um ataque preciso, de grande êxito, que atingiu os alvos desejados para destruir o programa nuclear iraniano e que nenhum outro país do mundo seria capaz de realizar”, afirmou Hegseth em uma entrevista coletiva no Pentágono horas após a Operação “Midnight Hammer” (Martelo da Meia-Noite, em inglês), ao lado do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Dan Caine.
“Devastamos o programa nuclear iraniano sem focar em tropas ou em civis. Os bombardeiros B-2 entraram e saíram do território iraniano sem o mundo saber. Esta não é a gestão anterior. O presidente Trump disse não às armas nucleares do Irã. Ele procura a paz e os iranianos devem tomar esse caminho. Quando o presidente fala, o mundo deve ouvir”, alertou o Secretário de Defesa, que ainda reforçou que, caso haja retaliação por parte dos iranianos, “ela será respondida com força muito maior do que a presenciada hoje”.
Já o Chefe das Forças-Armadas dos EUA trouxe detalhes militares da ofensiva no Oriente Médio, que contou com o lançamento de 75 armas guiadas durante seu ataque ao Irã ontem à noite. “Utilizamos sete bombardeiros B-2 e 14 bombas antibunker. Essa operação foi planejada cuidadosamente, e poucas pessoas em Washington tinham conhecimento dela”, relatou. “Esse é o maior ataque de B-2 dos últimos tempos e o segundo maior já realizado, atrás apenas das operações que sucederam o 11 de setembro”, acrescentou.
Posicionamento do Irã
Horas após o ataque, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que os Estados Unidos “traíram a diplomacia” e “cruzaram todas as linhas vermelhas” após os ataques a Fordow, Natanz e Isfahan.
Araqchi disse que viajará a Moscou nos próximos dias, para buscar uma solução com Vladimir Putin, chamado por ele de “um antigo aliado do Irã”. “Atacar uma instalação nuclear é uma violação imperdoável da lei internacional e deve ser condenada. Meu país foi agredido, e devemos responder em nosso legítimo direito de autodefesa, e faremos isso pelo tempo que for necessário”, comentou o ministro em entrevista em Istambul, onde participa da 51ª cúpula da Organização para a Cooperação Islâmica.
Durante a coletiva deste domingo, Hegseth reforçou que os EUA possuíam apenas um objetivo ao invadir o espaço aéreo iraniano: destruir as operações nucleares do país persa. “Os Estados Unidos não procuram a guerra. Esse ataque não tem como objetivo a mudança de regime do Irã”, finalizou.
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