Em resposta ao ataque realizado pelos Estados Unidos no último sábado (21) contra instalações nucleares do país, o Parlamento do Irã aprovou neste domingo (22) o fechamento do Estreito de Ormuz, principal rota marítima para o transporte de petróleo no Oriente Médio e por onde passam cerca de 20% do petróleo consumido no mundo.
Em entrevista à Fox News, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que o fechamento do estreito seria um “suicídio econômico” para o Irã, visto que traria prejuízos a vários países. “Os chineses vão pagar um preço alto, e todo país no mundo vai pagar um preço alto. Nós vamos também”, alertou.
Localizado entre Omã e Irã, o Estreito de Hormuz conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e, consequentemente, ao Oceano Índico. Países produtores de petróleo como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait e o próprio Irã têm o estreito como principal rota para exportar petróleo e gás ao mercado global. Além da localização estratégica, a profundidade e a largura do estreito possibilitam o tráfego dos maiores navios petroleiros do mundo.
Segundo a U.S. Energy Information Administration (EIA), agência norte-americana que trabalha com dados sobre energia, em 2024 foram movimentados pelo Estreito de Hormuz 20 milhões de barris de petróleo por dia. Isso equivale a 20% do consumo global de líquidos de petróleo. Além disso, cerca de um quinto do comércio global de gás natural liquefeito (GNL) também transitou por ali.
China, Índia, Japão e Coreia do Sul foram os principais destinos do petróleo bruto transportado através do Estreito de Hormuz, respondendo por 69% do volume total. No caso dos Estados Unidos, cerca de 7% das importações de petróleo bruto passaram pelo estreito.
De acordo com a EIA, o fechamento do Estreito de Ormuz pode causar atrasos substanciais no fornecimento e aumentar os custos de transporte. A consequência direta seria uma disparada nos preços de petróleo e gás. “Embora a maioria da produção possa ser contornada por outras rotas, algumas, como o Estreito de Hormuz, não oferecem alternativas práticas”, diz a agência.