O Ministério das Relações Exteriores da China condenou os ataques norte-americanos às instalações nucleares do Irã neste sábado (21) e afirmou que a ofensiva dos Estados Unidos viola a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e que o programa iraniano teria a salvaguarda da Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA).
Além disso, o governo chinês afirmou que o ataque autorizado pelo presidente americano, Donald Trump, coloca em risco a segurança global com o acirramento das tensões no Oriente Médio com a escalada do conflito entre Israel e Irã.
“A China apela às partes em conflito, Israel em particular, para que alcancem um cessar-fogo o mais rápido possível, garantam a segurança dos civis e iniciem o diálogo e a negociação”, afirma o governo do presidente Xi Jinping, de acordo com a agência de notícias chinesa Xinhua.
O governo Vladimir Putin também condenou o apoio dos Estados Unidos à ofensiva no Oriente Médio. “A decisão irresponsável de submeter o território de um Estado soberano a ataques com mísseis e bombas, independentemente dos argumentos utilizados, viola gravemente o direito internacional, a Carta das Nações Unidas e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que classificam tais ações como inaceitáveis”, disse o Ministério das Relações Exteriores russo em comunicado.
A Rússia ainda cobrou uma posição da direção da AIEA, que monitora o programa nuclear iraniano, sobre os danos provocos na infraestrutura das bases nucleares e declarou que o governo Putin está “alarmado” pelos ataques provenientes dos Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
Segundo a agência estatal Tass, o assessor do Kremlin Yuri Ushakov não existe previsão de um encontro entre Trump e Putin para discutir a escalada do conflito e o apoio americano ao governo de Israel. “Isso ainda não está claro. Dependerá do que as partes concordarem. Mas, até o momento, ninguém sequer discutiu nada a esse respeito.”
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, é aguardado na Rússia para discutir com Putin a entrada dos Estados Unidos na guerra contra Israel após se encontrar com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, neste sábado, na 51ª cúpula da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) em Istambul, capital turca.
O governo da Turquia condenou os ataques e afirmou que o ataque dos Estados Unidos deve aumentar a instabilidade na região. “A Turquia está profundamente preocupada com os prováveis resultados do ataque. O que aconteceu pode levar uma disputa regional a um nível planetário. Não queremos que esse cenário catastrófico se torne realidade.”
