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Moisés Rabinovici: Trump acaba ou inicia uma nova guerra ao atacar o Irã

by Marcelo Moreira

“Fordo já era”, disse o presidente Trump, depois de anunciar que caças B-2 atacaram três centrais nucleares no Irã, às 2h30 da madrugada de domingo, no horário do Oriente Médio. A usina de Fordo, escavada em rocha, com 90 metros de profundidade, era o alvo inatingível para Israel, porque só os EUA têm a bomba GBU57, de 13 toneladas, capaz de perfurá-la. Ainda não está claro se a bomba perfuradora, ou mais de uma, conseguiu atingir o depósito de urânio refinado e as centrífugas girando em velocidade supersônica.

Com o ataque surpresa, o presidente Trump pode ter colocado os EUA na guerra do Irã, embora ele tenha prometido o contrário, até agora. Os iemenitas Houthis ameaçavam fechar o estreito de Ormuz, no caso de um ataque americano. Entre o sultanato de Oman e o Irã, o corredor de água é a passagem de 20% do petróleo que abastece o mundo.

Durante a semana passada, o presidente Trump deu vários sinais contraditórios de que estava pronto para bombardear o Irã, mas que estaria aberto à diplomacia, à qual deu prazo de duas semanas, a contar de ontem. Assim também ocorreu na véspera do ataque israelense, em 13 de junho, quando ele manteve o Irã certo de que haveria mais uma rodada de negociações dois dias depois, em Omã. O secretário de Estado Marco Rubio reforçou a ambiguidade desmentindo qualquer participação dos EUA na guerra de Israel contra o Irã.

A surpresa do ataque foi maior porque vários caças B2 decolaram do Missouri, no sábado, em direção às ilhas de Guam ou Diego Garcia, dando a impressão, falsa, de que deles dependeria o bombardeio das usinas nucleares iranianas. A Casa Branca avisou sobre seus planos a Israel, que durante o dia fez uma varredura na região de Isfahan, afastando qualquer perigo para os Stealth Bombers dos EUA. “Todos os aviões já estão fora do espaço aéreo”, acrescentou Trump ao anúncio do ataque. Para Israel, não podia ter notícia melhor. O primeiro-ministro Netanyahu tinha reclamado com os EUA do prazo de duas semanas para a diplomacia, que significaria manter a guerra de atrito, com mísseis caindo em cidades israelenses e caças de Israel atacando alvos no Irã, sem uma saída estratégica.

Para Israel, o fim da guerra só seria possível com a destruição de Fordo. E para tanto, só com a ajuda dos EUA, único a ter a GBU57 e o bombardeiro para a transportar e a disparar. Netanyahu chegou a dizer que tentaria atacar Fordo com as armas de que dispõe. A guerra é mais cara para Israel do que para o Irã. Custa mais se defender do que atacar. E a economia israelense estava parada, com a população correndo para os bunkers a cada chuva de mísseis e de drones.

Trump pediu ao Irã uma “completa rendição”. O chanceler Iraniano esteve com diplomatas europeus em Genebra, na sexta-feira, e hoje com o presidente Erdogan, na Turquia. Ele declarou que o Irã só voltaria à mesa de negociações se Israel parasse com os ataques. Daqui a pouco Trump vai falar aos EUA. É quando ele poderá dizer se Fordo foi mesmo destruída e o que acontecerá no Oriente Médio, onde estão vários navios da frota de guerra americana e 40 mil soldados, espalhados por várias bases militares.

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