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Partido Republicano racha sobre possível ataque ao Irã

by Marcelo Moreira

A Casa Branca informou que o presidente Donald Trump decidirá “dentro de duas semanas” se vai realizar um ataque a instalações militares e nucleares do Irã, em apoio à ofensiva que Israel iniciou no último dia 13.

A questão racha o Partido Republicano, legenda do mandatário dos Estados Unidos. Em um post no X, a deputada Marjorie Taylor Greene, uma das MAGA (sigla em inglês para “Faça a América Grande Novamente”, bordão eleitoral de Trump) mais ferrenhas na Câmara americana, disse que o país não deve interferir diretamente no conflito Irã x Israel.

“Os americanos querem gasolina, alimentos, contas e moradia baratos. Eles querem seguro de saúde acessível, comunidades seguras e boa educação para seus filhos. Eles querem um governo que trabalhe nessas questões”, escreveu Greene.

“Considerando que os americanos financiam todo o governo e os salários do governo com o dinheiro suado dos impostos, é nisso que nosso foco deve estar. Não entrar em outra guerra no exterior”, acrescentou a deputada.

Outro deputado republicano, Thomas Massie, apresentou uma proposta de resolução para vetar o envolvimento dos Estados Unidos no conflito.

“Esta não é a nossa guerra. Mas, se fosse, o Congresso deveria decidir tais questões de acordo com a nossa Constituição”, justificou.

Tucker Carlson, um dos comunicadores conservadores mais associados a Trump, também se opõe a um ataque americano ao Irã e viralizou com um trecho de uma entrevista que fez esta semana com o senador Ted Cruz, na qual o parlamentar não soube responder qual é a população do país asiático.

“Você não sabe qual é a população do país que você quer derrotar?”, respondeu Carlson, em tom de indignação.

Por outro lado, uma grande parte dos republicanos apoia uma intervenção dos Estados Unidos no conflito. Segundo informações da ABC News, o senador Lindsey Graham afirmou que um ataque americano deve ser realizado se não houver uma solução diplomática.

“Ou você quer que eles [Irã] tenham uma arma nuclear, ou não”, disse Graham. “E se não quiser, se a diplomacia falhar, você usa a força”, justificou.

Outro senador republicano, Kevin Cramer, disse que apoiaria uma decisão de Trump de apenas “ajudar Israel a fazer o serviço”, mas afirmou que é a favor de um ataque direto.

“O Irã deixou bem claro. Eles prometeram aniquilar os Estados Unidos da América. Prefiro não deixá-los chegar aqui”, disse Cramer. “Prefiro prevenir uma guerra a ter que encerrá-la depois que ela chegar ao nosso território, certo?”

Uma pesquisa do instituto J.L. Partners, divulgada pelo jornal conservador The New York Post, mostrou que o apoio a uma ofensiva americana contra o Irã é bem maior entre os eleitores republicanos MAGA do que entre aqueles que se autodenominam “tradicionais”.

Entre os republicanos que apoiam mais fortemente Trump, 65% disseram ser favoráveis a um possível ataque ao Irã e apenas 19% são contrários.

Por outro lado, entre os republicanos “tradicionais”, as porcentagens dos que apoiam e rejeitam uma ofensiva ficaram em 51% e 28%, respectivamente.

Trump tenta se equilibrar entre esses dois grupos dentro do partido: na quarta-feira (18), ele disse que havia falado com Carlson por telefone e que o comunicador teria lhe pedido desculpas por ter dito “coisas um pouco fortes demais”.

“Eu perguntei a Tucker: ‘Bem, você concorda que haja armas nucleares nas mãos do Irã?’”, disse Trump a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca.

“E ele meio que não gostou. E eu disse: ‘Bem, se você concorda, então você e eu temos uma divergência’. Mas ele realmente não concorda [que o Irã tenha armas nucleares]”, acrescentou o presidente.

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