O quinto dia da guerra Israel-Irã aponta para o recurso à bomba GBU-57 dos EUA, a única capaz de atingir os 90 metros de profundidade da usina nuclear de Fordow. Mais de uma bomba: como a primeira deve perfurar até 60 metros, no máximo, outra terá que seguir o mesmo caminho aberto e furar mais 30 metros.
Bum! E daí, o que acontecerá? Uma explosão num depósito de urânio enriquecido não produz risco de contaminação radioativa a não ser dentro de onde foi confinado, ou se inalado ou ingerido por pessoas. Quem o explica é o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi. Ele diz que a contaminação radiológica após uma explosão pode ser controlada.
Se a GBU-57 atingir uma bomba nuclear pronta nas profundezas de Fordow, o cenário será muito diferente, com a dispersão de materiais radioativos como em Chernobyl e Fukushima, ou, pior, como a devastação em Hiroshima e Nagasaki. A usina de Natanz, que foi danificada superficialmente, no primeiro dia do ataque de Israel, dispersou um pequeno índice de radioatividade. O diretor da AIEA, Rafael Grossi, suspeita que suas centrífugas foram atingidas pelo corte de energia, e agora estão paralisadas.
A GBU-57 tem um perigo político enorme para o presidente Donald Trump: o envolvimento direto dos Estados Unidos na guerra Israel-Irã. Ela não é só única, como também só pode ser disparada por um avião bombardeiro B-2 — o que requer pilotos e tripulação americanos, e provocará, talvez, a expansão da guerra a outros países do Golfo, atacados por mísseis iranianos como retaliação desesperada.
O presidente Trump postou em sua mídia social um aviso para que “os iranianos abandonem Teerã imediatamente”, na segunda-feira (16), ao cortar, repentinamente, a sua participação na reunião do G-7 em Alberta, no Canadá, justificando: “Tão logo me retire daqui, faremos alguma coisa. Mas preciso sair”. Não deu detalhes, mas deixou convocada uma reunião de seu Conselho de Segurança Nacional, em Washington.
O chanceler iraniano Abbas Araghchi está buscando uma nova rodada para um acordo nuclear com o representante da Casa Branca Steve Witkoff. “Se o presidente Trump é genuíno sobre diplomacia e interessado em parar esta guerra, os próximos passos trarão muitas consequências” — ele declarou.
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