Israel foi à guerra para destruir a ameaça nuclear do Irã, mas já sabia que não o conseguiria, sem a bomba de perfuração que só os EUA têm, capaz de atingir o coração atômico uraniano que pulsa a 90 metros de profundidade na usina de Fordow, escavada numa rocha, e a 50 metros abaixo do deserto, em Natanz. O erro foi o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu confiar que arrastaria o presidente Donald Trump à guerra, quando ele, na verdade, só se dispõe a proteger Israel dos mísseis balísticos.
O golpe inicial de Israel contra o Irã foi poderoso, com o assassinato da cúpula militar e a conquista da soberania aérea nos céus do Irã. Mas, e agora? O Mossad preparou algum plano B? O envio de um comando das forças de elite é pouco provável, porque Fordow e Natanz estão superprotegidas por tropas da Guarda Revolucionária iraniana. Para matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num esconderijo profundo, em Beirute, os caças israelenses fizeram fila para despejar bombas num mesmo lugar, até furá-lo.
Uma ideia de um israelense, postada na plataforma X, chama a atenção: trazer à superfície das usinas uma perfuratriz Jackal 9000, fabricada pela empresa britânica Dando. Ela fura um buraco de 20 centímetros de diâmetro por 100 metros em dez horas. Aí basta injetar pelo furo um explosivo líquido, e tudo vai pelos ares, inclusive a radiatividade que pode contaminar toda a vizinhança no Oriente Médio.
Como numa guerra o final é que conta, Israel pode obrigar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, a voltar à mesa de negociações com os EUA, mas o urânio refinado para uso militar estará ainda disponível. Uma derrota, porque a ameaça nuclear iraniana continuará a existir.