O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou, neste domingo (15), que uma possível mudança de regime no Irã “certamente pode ser um desdobramento” da atual ofensiva militar conduzida por seu país. “O regime iraniano é extremamente frágil”, disse ele em entrevista à emissora americana Fox News, por videochamada.
Durante a entrevista, o premiê também confirmou a morte do chefe da inteligência da Guarda Revolucionária do Irã, Mohamad Kazemi, e de seu vice, Hassan Mohaqeq, em Teerã. “Momentos atrás, pegamos o chefe da inteligência e seu vice em Teerã, porque agora nossos pilotos estão sobrevoando os céus (da cidade) e estamos atacando instalações militares e nucleares”, declarou Netanyahu, à “Fox News”.
Netanyahu acusou o Irã de agir de forma distinta de Israel. “Ao contrário” do Estado judeu, afirmou ele, o regime iraniano “está atacando e bombardeando civis”.
“Eles são um regime terrorista. Não podemos permitir que o Irã tenha armas nucleares. Nossa inteligência mostra que eles pretendem dar essas armas a seus aliados, os houthis”, analisou.
Ainda na entrevista, o premiê voltou a afirmar que Teerã desenvolvia um programa secreto para transformar urânio em armamento. Segundo ele, os serviços de inteligência israelenses identificaram que o Irã já possui material suficiente para produzir até nove ogivas nucleares. “Nós impedimos isso atacando suas instalações nucleares. Atacamos seus cientistas nucleares, que são como os que Hitler tinha”, contou.
Na sexta-feira (13), em pronunciamento, de acordo com a CNN, o primeiro-ministro se dirigiu ao povo iraniano. “Eu tenho uma mensagem para o bravo povo do Irã”, afirmou Netanyahu. “Nossa luta não é contra vocês. Nossa luta é contra a ditadura brutal que os oprime há 46 anos.”
Ao vislumbrar uma possível reconciliação no futuro, ele também declarou: “E, quando isso acontecer, a grande amizade entre nossos dois povos ancestrais florescerá novamente”.
Segundo Netanyahu, os ataques israelenses atingiram uma variedade de alvos em todo o território iraniano no terceiro dia da ofensiva, incluindo prédios governamentais e instalações energéticas na capital Teerã, o que levou parte da população local a deixar a cidade.
Em resposta, o Irã lançou mais uma série de mísseis balísticos contra Israel, atingindo ao menos uma cidade no sul do país e também Haifa, no norte, uma das principais cidades portuárias israelenses, segundo informações do The Washington Post.