O Conselho de Segurança da ONU se reuniu em caráter emergencial nesta sexta-feira (13), após uma série de bombardeios israelenses atingirem instalações nucleares e militares no Irã. Horas depois, Teerã respondeu com uma ofensiva de mísseis contra Israel, atingindo inclusive regiões como Tel Aviv. A troca de ataques elevou o nível de tensão e aumentou o temor de um conflito mais amplo no Oriente Médio.
“Reafirmo a condenação do Secretário-Geral de qualquer acirramento militar na região”, disse Rosemary DiCarlo, subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos. Aos diplomatas, ela pediu contenção imediata. “Evitar a todo custo um conflito regional mais profundo e amplo”, afirmou.
Segundo DiCarlo, os ataques ocorreram num momento sensível, justamente quando estavam previstas negociações entre Estados Unidos e Irã, neste fim de semana, em Omã. O governo iraniano, no entanto, recuou e não deve mais participar.
A ofensiva de Israel começou na madrugada de quinta para sexta-feira. Alvos estratégicos foram atingidos, entre eles a usina de enriquecimento de urânio em Natanz. Mídias locais informaram que o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e cientistas ligados ao programa nuclear iraniano estão entre os mortos. Também houve dezenas de vítimas civis e danos significativos à infraestrutura. O espaço aéreo da região foi fechado.
Na sequência, o Irã lançou mísseis que atingiram diferentes pontos do território israelense. As Forças de Defesa de Israel ativaram o sistema de proteção e colocaram tropas em alerta.
O clima de tensão repercutiu na sede da ONU, onde também falou Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ele foi enfático: “Instalações nucleares nunca devem ser alvos – sob nenhuma circunstância”.
Grossi afirmou que sua equipe está em contato com autoridades iranianas para avaliar os danos. E alertou que “tais ataques têm sérias implicações para a segurança nuclear, a proteção e as salvaguardas nucleares, bem como para a paz e a segurança regionais e internacionais”.
O chefe da AIEA se colocou à disposição para viajar à região nos próximos dias. Ele disse que a agência pode atuar como “plataforma neutra onde os fatos prevalecem sobre a retórica” e reforçou que o diálogo técnico e a diplomacia são “o único caminho sustentável para garantir a paz, a estabilidade e a cooperação”.