O governo da Índia confirmou nesta quinta-feira (12) que apenas um único sobrevivente foi localizado entre as 242 pessoas a bordo do voo AI-171 da Air India, cuja aeronave caiu na cidade de Ahmedabad, e atribuiu a numerosa perda de vidas a um incêndio em temperaturas extremas que impossibilitou o resgate.
“O avião transportava quase 125 mil litros de combustível e, devido à alta temperatura, não havia chance de salvar ninguém”, declarou o ministro do Interior, Amit Shah, que confirmou pessoalmente que um sobrevivente foi encontrado.
Shah detalhou que 230 passageiros e 12 membros da tripulação estavam a bordo da aeronave e que um único sobrevivente foi localizado.
A imprensa indiana identificou o sobrevivente como Viswash Kumar Ramesh, um cidadão britânico de origem indiana de 40 anos de idade, que, segundo as autoridades, estava no assento 11A quando o Boeing 787 Dreamliner colidiu com um complexo residencial.
Segundo a agência Reuters, com a morte de mais pessoas que estavam no solo, o total de vítimas fatais do acidente é de pelo menos 290. O número final de mortos só será conhecido após a identificação por meio de testes de DNA, disseram as autoridades indianas.
Segundo informações do jornal The Hindustan Times, Ramesh relatou que “conseguiu saltar do Boeing 787 no último momento”.
“O problema começou apenas 30 segundos após a decolagem, seguido por um barulho alto, quando o avião caiu”, disse Ramesh, no hospital para onde foi encaminhado.
Shivani Raja, uma integrante do Parlamento britânico que representa a região leste de Leicester, na área central da Inglaterra, disse à emissora CNN que conversou com a família do sobrevivente.
“É um verdadeiro milagre. Entrei em contato com a família e optei por respeitar a privacidade deles neste momento difícil. Mas, como vocês devem ter sabido, um dos irmãos dele também estava naquele voo e, infelizmente, não sobreviveu”, relatou a parlamentar.
Raja afirmou que a família do sobrevivente mora em Leicester e que a rota aérea de Ahmedabad para Londres é “incrivelmente popular”, já que o Reino Unido tem uma grande comunidade de Gujarat, estado indiano onde Ahmedabad está localizada.
“Eu a usei [essa rota aérea] pessoalmente muitas vezes. Minha família a usa, meus eleitores a usam. Então, isso realmente me atingiu em cheio e, como resultado, a comunidade e as pessoas aqui em Leicester ficaram bastante abaladas, como vocês podem imaginar”, acrescentou a parlamentar.
Um primo de Ramesh, Ajay Valgi, falou com jornalistas em Leicester. “Sim, pelo menos a família está feliz por ele estar bem, mas ainda estamos chateados com [a morte d]o irmão”, disse Valgi.
“Estamos absolutamente chateados com tudo, não apenas porque ele é nosso irmão, mas também pelas outras pessoas. Havia 242 pessoas no voo, então obviamente não são boas notícias, não é?”, disse o primo.
O governo indiano anunciou o início de uma investigação “urgente” sobre as causas do acidente. O diretor executivo da Air India, Campbell Wilson, pediu que sejam evitadas especulações e garantiu que a companhia aérea compartilhará apenas informações “precisas e oportunas”.
