Ex-refém diz que a fé o manteve firme durante cativeiro em Gaza

by Marcelo Moreira

Omer Shem Tov enfrentou 505 dias em cativeiro dentro da Faixa de Gaza após ser sequestrado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 durante o festival de música eletrônica Universo Paralello – Supernova. Na época, ele tinha 20 anos de idade.

Em entrevista ao jornal The New York Times, o ex-refém, libertado em fevereiro durante uma trégua, relatou que a fé foi o seu motor para enfrentar todo o sofrimento e angústia dentro dos túneis com terroristas.

Apesar de ter crescido em um lar secular, como descreveu ao Times, poucos dias após seu sequestro começou a buscar a Deus por meio de orações e teve alguns pedidos atendidos.

“Você busca algo em que se apoiar, em que se agarrar. O primeiro lugar a que recorri foi Deus. Eu sentia um poder entrar em mim. A fé me manteve firme, sempre acreditei que voltaria para casa, embora não soubesse como ou quando”, afirmou ele.

O ex-refém relatou ainda que seus captores coletaram alguns materiais de leitura que soldados israelenses deixaram para trás durante as operações em Gaza, incluindo alguns textos religiosos que os terroristas pediram que ele decodificasse, pensando que se tratava de instruções militares. Em um dos materiais estava o Salmo 20, que foi recitado por Omer em suas orações naquele período difícil.

A mãe do jovem sequestrado, Shelly Shen Tov, contou ao Times que vivenciou sua própria jornada espiritual enquanto aguardava o retorno do filho. Ela relatou ao jornal americano que começou a seguir as regras do Shabat e, certo dia, recebeu um panfleto de um grupo de apoio às famílias dos reféns com capítulos do livro dos Salmos. Naquele folheto especificamente estava o Salmo 20 que, por acaso, tinha o nome de Omer.

Em uma entrevista anterior ao canal 12 de Israel, Omer já havia dado detalhes de como foi o período no cativeiro. Ele foi xingado, cuspido e ameaçado em diferente ocasiões, além de ter passado fome.

Um dos episódios em que foi ameaçado por terroristas ocorreu por ele se recusar a participar de uma operação para explodir um prédio com soldados israelenses dentro. “Se você não fizer isso, vamos atirar na sua cabeça”, Shem Tov lembrou-se de seus captores dizendo. “Eu disse a eles: Então atirem na minha cabeça. Não tenho intenção de fazer isso”, declaro na época.

Segundo o ex-refém, ele foi ganhando a confiança de seus captores ao realizar tarefas domésticas nos túneis, como preparo de comida. Certa noite, ele preparou um plano para matar os terroristas, mas desistiu com receio de que a arma capturada não funcionasse.

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